Em jeito de
pontapé de saída desta “rubrica” na qual eu revelo a minha opinião sobre
diversos álbuns (há quem lhe chame crítica, mas deixemo-nos de etiquetar cenas
e vamos ao que interessa) decidi falar-te daquele que provavelmente tem sido o
meu maior companheiro deste Verão. Falo-te então de “…Like Clockwork”, o 6º álbum de
estúdio dos californianos (pelo menos é esta a origem da formação original) Queens of the Stone Age.
Este último
álbum de uma linhagem impressionante trazida até nós pela banda liderada por
Josh Hommes (um dos “rockeiros” que continua a merecer tal designação) e pela
qual já passaram cerca de duas dezenas (!!) de músicos (nomes como Dave Grohl,
Nick Oliveri, Mark Lanegan, etc.) desde a formação original de 1997. Desta
magnífica discografia fazem parte o álbum homónimo Queens of the Stone Age (1998); Rated R (2000); Songs for the Deaf
(2002); Lullabyes to
Paralyze (2005); e o não tão bem conseguido, na minha modesta opinião
claro, Era Vulgaris
(2007). (Eu sei que podias ter pesquisado isto no Google, mas eu como amigo que
sou poupei-te a esse árduo trabalho).
O último
trabalho destes rapazes (que conta com a participação de nomes como: Trent Reznor, Elton John,
Jake Shears, Alex Turner,e os ex-integrantes Dave Grohl, Nick Oliveri e Mark
Lanegan. Coisa pouca portanto.) lançado então dia 4 de Junho do corrente
ano (um Sábado, só porque me apeteceu dar informação irrelevante), é então
talvez aquilo que de melhor tem aparecido por aí nos últimos anos. Muitíssimo
bem trabalhado, quer no apecto sonoro e organização das faixas que constituem o
disco, quer no campo visual graças ao contributo fantástico do artista Boneface (se tiveres tempo vê mais trabalhos dele, vale a pena), os QOTSA conseguem com
…Like Clockwork transportar-nos a um universo sombrio e macabro (como demonstrado no
Shortfilm dado a conhecer pela banda: http://www.youtube.com/watch?v=f49yRhJ0NjI), alcançando
assim aquilo que eu aprecio bastante neste álbum: um conceito coerente e genialmente desenvolvido,
tornando-o assim em algo único e em muito mais do que um simples conjunto de
músicas boas.
E é nesse estranho,
arrepiante mas absolutamente cativante mundo que os QOTSA nos levam logo a
partir dos segundos iniciais do disco. A primeira faixa, “Keep your eyes peeled”,
dá a sensação de funcionar como um aviso a quem escuta atentamente aquilo que
Josh tem para nos dizer: “Don’t look, just keep your eyes peeled”. E assim
começa a nossa viagem em “…Like Clockwork” onde encontramos o riff sofrido e
viciante de “I Sat
By the Ocean”,seguida da minha faixa predilecta de todo o álbum, “The Vampyre of Time and
Memory”, onde a banda combina a ferocidade dos solos com simples mas harmoniosos acordes de piano . E é por entre refrões que não
querem descolar do ouvido, como o de “If I Had a Tail”, a capacidade de nos levar a
fazer “air guitars” (não tenho qualquer vergonha em admitir) do single “My God is the Sun”,
as variações insperadas e surpreendentes em “Kalopsia”, passando pelo humor demonstrado no
final de “Fairwheater
Friends” (humor ao qual os QOTSA já nos têm habituado. Quem não se
lembra dos locutores de rádio hispânicos presentes em Songs for the Deaf?!), a
sensual “Smooth
Sailing”, a impressionante “I Appear Missing” (que é sem dúvida a pérola de todo o
álbum, e uma das melhores canções da banda) que chegamos ao fim do disco,
precisamente com a canção que lhe dá o nome e fecha de forma perfeita um álbum
sem qualquer tipo de falhas. Desde riffs (que tão bem caracterizam tudo o que é
de Queens of the Stone Age), a solos épicos, letras elaboradas, instrumentos
numa simbiose perfeita, e uma voz impecável de Josh Hommes, estes senhores
demonstram uma capacidade inata para “rockar” como ninguém (esta palavra não
existe pois não? Que se lixe, soa bem), mas também de equilibrar as coisas com
baladas sentidas e surpreendentemente belas.
Bem, e
depois de todo este texto, só espero ter conseguido passar um pouco da
qualidade que de facto este “…Like Clockwork” oferece. Deixo-te então com a
faixa inaugural desta obra-prima sobre a qual andei aqui a opinar (assim ganhas
logo embalo para ouvir o resto!)
2 comentários:
BALANG!
Sem dúvida, um dos melhores álbuns da última década.
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