20/08/2013

O Rapaz fala de: "...Like Clockwork" (Queens of the Stone Age)


Em jeito de pontapé de saída desta “rubrica” na qual eu revelo a minha opinião sobre diversos álbuns (há quem lhe chame crítica, mas deixemo-nos de etiquetar cenas e vamos ao que interessa) decidi falar-te daquele que provavelmente tem sido o meu maior companheiro deste Verão. Falo-te então de “…Like Clockwork”, o 6º álbum de estúdio dos californianos (pelo menos é esta a origem da formação original) Queens of the Stone Age.

Este último álbum de uma linhagem impressionante trazida até nós pela banda liderada por Josh Hommes (um dos “rockeiros” que continua a merecer tal designação) e pela qual já passaram cerca de duas dezenas (!!) de músicos (nomes como Dave Grohl, Nick Oliveri, Mark Lanegan, etc.) desde a formação original de 1997. Desta magnífica discografia fazem parte o álbum homónimo Queens of the Stone Age (1998); Rated R (2000); Songs for the Deaf (2002); Lullabyes to Paralyze (2005); e o não tão bem conseguido, na minha modesta opinião claro, Era Vulgaris (2007). (Eu sei que podias ter pesquisado isto no Google, mas eu como amigo que sou poupei-te a esse árduo trabalho).

O último trabalho destes rapazes (que conta com a participação de nomes como: Trent Reznor, Elton John, Jake Shears, Alex Turner,e os ex-integrantes Dave Grohl, Nick Oliveri e Mark Lanegan. Coisa pouca portanto.) lançado então dia 4 de Junho do corrente ano (um Sábado, só porque me apeteceu dar informação irrelevante), é então talvez aquilo que de melhor tem aparecido por aí nos últimos anos. Muitíssimo bem trabalhado, quer no apecto sonoro e organização das faixas que constituem o disco, quer no campo visual graças ao contributo fantástico do artista Boneface (se tiveres tempo vê mais trabalhos dele, vale a pena), os QOTSA conseguem com …Like Clockwork transportar-nos a um universo sombrio e macabro (como demonstrado no Shortfilm dado a conhecer pela banda: http://www.youtube.com/watch?v=f49yRhJ0NjI), alcançando assim aquilo que eu aprecio bastante neste álbum: um conceito coerente e genialmente desenvolvido, tornando-o assim em algo único e em muito mais do que um simples conjunto de músicas boas.

E é nesse estranho, arrepiante mas absolutamente cativante mundo que os QOTSA nos levam logo a partir dos segundos iniciais do disco. A primeira faixa, “Keep your eyes peeled”, dá a sensação de funcionar como um aviso a quem escuta atentamente aquilo que Josh tem para nos dizer: “Don’t look, just keep your eyes peeled”. E assim começa a nossa viagem em “…Like Clockwork” onde encontramos o riff sofrido e viciante de “I Sat By the Ocean”,seguida da minha faixa predilecta de todo o álbum, “The Vampyre of Time and Memory”, onde a banda combina a ferocidade dos solos com simples mas harmoniosos acordes de piano . E é por entre refrões que não querem descolar do ouvido, como o de “If I Had a Tail”, a capacidade de nos levar a fazer “air guitars” (não tenho qualquer vergonha em admitir) do single “My God is the Sun”, as variações insperadas e surpreendentes em “Kalopsia”, passando pelo humor demonstrado no final de “Fairwheater Friends” (humor ao qual os QOTSA já nos têm habituado. Quem não se lembra dos locutores de rádio hispânicos presentes em Songs for the Deaf?!), a sensual “Smooth Sailing”, a impressionante “I Appear Missing” (que é sem dúvida a pérola de todo o álbum, e uma das melhores canções da banda) que chegamos ao fim do disco, precisamente com a canção que lhe dá o nome e fecha de forma perfeita um álbum sem qualquer tipo de falhas. Desde riffs (que tão bem caracterizam tudo o que é de Queens of the Stone Age), a solos épicos, letras elaboradas, instrumentos numa simbiose perfeita, e uma voz impecável de Josh Hommes, estes senhores demonstram uma capacidade inata para “rockar” como ninguém (esta palavra não existe pois não? Que se lixe, soa bem), mas também de equilibrar as coisas com baladas sentidas e surpreendentemente belas.



Bem, e depois de todo este texto, só espero ter conseguido passar um pouco da qualidade que de facto este “…Like Clockwork” oferece. Deixo-te então com a faixa inaugural desta obra-prima sobre a qual andei aqui a opinar (assim ganhas logo embalo para ouvir o resto!)



2 comentários:

Anónimo disse...

BALANG!

Heisenberg disse...

Sem dúvida, um dos melhores álbuns da última década.